segunda-feira, 16 de novembro de 2009

LAS MÉDULAS, Província de Léon


Las Médulas, próxima a cidade de Ponferrada, na Província de León, Espanha, era a mais importante mina de ouro durante o Império Romano, que durou entre 27 a.C. até 476 d.C. Inscrita em 1997 como um Patrimônio da Humanidade na lista da UNESCO, o território espetacular de Las Médulas resultou da Ruina Montium, uma técnica de mineração romana descrita por Caio Plínio Segundo em 77 d.C., que consiste em abrir cavidades e túneis numa montanha com grande quantidade de água vinda de, no mínimo, sete longos aquedutos que drenavam os rios nas montanhas próximos. Os aquedutos ainda eram utilizados mais tarde para enxaguar os gigantescos depósitos de ouro. De uma forma resumida, pode-se dizer que eles “arruinavam as montanhas”, numa tradução direta do termo Ruina Montium.

O Imperador Caio Júlio César Otaviano Augusto invadiu a região em 25 a.C. e a mineração começou pouco depois do surgimento de Hispânia Tarraconense, uma província romana na Península Ibérica (atualmente ocupada por Portugal e Espanha) e que chegou a ocupar, no seu momento máximo, cerca de dois terços desta. No noroeste da Espanha, Las Médulas foi explorada com uma técnica hidráulica exclusiva para a época. A água foi retirada dos rios que nasciam na próxima Serra de La Cabrera por mais de dois séculos. Depois de todo esse tempo, o ouro acabou e os romanos deixaram a região completamente devastada. E como não houve mais qualquer atividade, os espetaculares traços da marcante tecnologia antiga, porém ali inventada, permanecem visíveis até hoje.

Abandona a exploração, durante o século III d.C., a vegetação nativa foi, novamente, tomando conta do lugar. Lá podem ser encontrados vários espécimes de carvalhos e azinheiras, mas também não raras as castanheiras, que apesar de não serem nativas da região, foram levadas pelos romanos e se adequaram bem ao solo. As formas “caprichosas” do terreno se integraram perfeitamente com a vegetação, criando um cenário muito diferenciado do que se está acostumado a ver.

Atualmente, destaca-se na fauna da região o javali (Sus scrofa), a mais conhecida espécie de porco selvagem; a corça (Capreolus capreolus), o menor cervídeo europeu, pesando entre 18 e 29 quilos e o gato-bravo (Felis silvestris), ou gato-montês, um felino bastante solitário e que pode chegar a sete quilos. Já foram avistadas mais de uma centena de espécies de aves.

A origem do nome Las Médulas é digna de debate. A teoria mais aceita é a de que, com a técnica Ruina Montium, os trabalhadores acabaram ruindo o Monte Medulio (Mons Medulius), mas mesmo assim não existem provas para confirmar a veracidade da afirmação. A exploração do ouro em Las Médulas envolveu, durante os dois séculos de trabalho, cerca de 60 mil trabalhadores livres e trouxe aos romanos estimados 1,65 milhões de quilos do mineral.
Fonte: As mil maravilhas do mundo



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