sexta-feira, 26 de março de 2010

MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA, São Paulo

ESTAÇÃO DA LUZ (1910)


Projeto do museu:
O Museu da Língua Portuguesa ou Estação Luz da Nossa Língua é um museu interativo sobre a língua portuguesa localizado na cidade de São Paulo no histórico edifício Estação da Luz, no Bairro da Luz, concebido pela Secretaria da Cultura paulista em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, tendo um orçamento de cerca de 37 milhões de reais (14,5 milhões de euros).

O objetivo do museu é criar um espaço vivo sobre a língua portuguesa, considerada como base da cultura do Brasil, onde seja possível causar surpresa nos visitantes com os aspectos inusitados e, muitas vezes, desconhecidos de sua língua materna. Segundo os organizadores do museu, "deseja-se que, no museu, esse público tenha acesso a novos conhecimentos e reflexões, de maneira intensa e prazerosa". O museu tem como alvo principal a média da população brasileira, composta de pessoas provenientes das mais variadas regiões e faixas sociais do país, mas que ainda não tiveram a oportunidade de obter uma idéia mais precisa e clara sobre as origens, a história e a evolução contínua da língua.
O projeto foi iniciado em 2002, quando se começou a restaurar o prédio da Estação da Luz, sendo concluído em 2006. Teve como aliada no projeto a Lei de Incentivo à Cultura, que demonstra a contemporaneidade em que vivemos. São Paulo ainda possui um fator simbólico para o local do museu, sendo a maior cidade de falantes do português no mundo, com cerca de dez milhões de habitantes.
Foram ainda parceiros o Ministério da Cultura, IBM Brasil, Correios, Rede Globo, Petrobrás, Vivo, Eletropaulo, Grupo Votorantim e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Contou também com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), da Prefeitura de São Paulo, da CPTM, dos elevadores Otis, dos sistemas de climatização Carrier e da Fundação Luso-Brasileira.
A idéia foi de Ralph Appelbaum, autor também do Museu do Holocausto, em Washington, e da Sala de Fósseis do Museu de História Natural, em Nova Iorque. O projeto arquitetônico do museu é de Paulo e Pedro Mendes da Rocha, pai e filho, ambos brasileiros. A direção do museu fica por conta da socióloga Isa Grinspun Ferraz, que coordenou uma equipe de trinta especialistas do idioma para o museu. A direção artística é de Marcello Dantas.




Apesar da palavra museu trazer a idéia de algo rústico e antigo, o museu possui um acervo inovador e predominantemente virtual, combinando arte, tecnologia e interatividade, lembrando que o museu está localizado em um prédio histórico. Composto das mais diversificadas exposições nas quais são utilizados objetos, vídeos, sons e imagens projetadas em grandes telas sobre a língua portuguesa, considerada do ponto de vista de patrimônio cultural dos povos lusófonos.
O museu ocupa três andares da Estação da Luz, com 4.333 m². Criação do arquiteto brasileiro Rafic Farah, logo na entrada vê-se a chamada "Árvore da Língua", uma escultura com três andares de altura em que nas folhas surgem contornos de objetos e as raízes são formadas por palavras que deram origem ao português.

http://www.museulinguaportuguesa.org.br/museudalinguaportuguesa/index.html

CESÁRIA ÉVORA

Cesária Évora (Mindelo, 27 de agosto de 1941), também conhecida como «a diva dos pés descalços», é a cantora cabo-verdiana de maior reconhecimento internacional de toda história da música popular. O gênero musical com o qual ela é majoritariamente relacionada é a "morna", por isso também recebe o apelido de "Rainha da morna" (mesmo tendo sido bastante sucedida com diversos outros gêneros musicais).


Cesária Évora (Mindelo, 27 de agosto de 1941), também conhecida como «a diva dos pés descalços», é a cantora cabo-verdiana de maior reconhecimento internacional de toda história da música popular. O gênero musical com o qual ela é majoritariamente relacionada é a "morna", por isso também recebe o apelido de "Rainha da morna" (mesmo tendo sido bastante sucedida com diversos outros gêneros musicais).
História
Cesária Évora nasceu no ano de 1941 na cidade de Mindelo, em Cabo Verde. Tinha mais quatro irmãos. Seu pai Justino da Cruz tocava cavaquinho, violão e violino e sua mãe, Dona Joana, trabalhava em cozinhas de brancos ricos que adoravam particularmente sua comida. Sua mãe, de personalidade pensativa, foi sua confidente por toda a vida.
Quando criança Évora sempre estava fazendo amigos mais velhos do que ela, os quais sempre a mantiveram "direita". Quando jovem foi viver com sua avó que havia sido educada por freiras, e assim acabou passando por uma experiência que a ensinou a desprezar todas as mais severas morais.
Cesária (Cise para os amigos) sempre cantava uma infinidade de canções e fazia apresentações aos domingos na praça principal da sua cidade acompanhada por seu irmão Lela no saxofone. Mas sua vida estava intrinsecamente ligada ao bairro Lombo, nas imediações de aquartelamentos do exército português. Lá ela aprendeu sobre a vida e cantou com compositores como Gregório Gonçalves (um homem carismático e que adorava teatro de rua).
Aos 16 anos conheceu um marinheiro chamado Eduardo que a ensinou os tradicionais estilos de música cabo-verdiana como a morna e a coladera. As mornas (que possivelmente provém de mourn e que significa lamento) são canções ligadas à tristeza, mágoa e desejos impossíveis de serem realizados. Évora começa a cantar em bares e hotéis, e com a ajuda de alguns músicos locais, ganha estímulo a desenvolver suas habilidades e logo já é proclamada a "Rainha da Morna" por seus fãs. Ela se torna bastante famosa em Cabo Verde, mas internacionalmente seu reconhecimento ainda era pequeno.
Aos vinte anos foi convidada a trabalhar como cantora para o Congelo - companhia de pesca criada por capital local e português - e ficou emocionada ao poder fazer parte, do que ela considerava, uma notável empresa. Seu salário vinha de suas apresentações que eram basicamente em jantares. Fora esse tempo Cesária era de volta uma mulher comum.
Entre os amigos de Évora estava o compositor favorito dos cabo-verdianos: B.Léza, o qual faleceu quando ela tinha apenas sete anos de idade. Ela ainda tem poucas lembranças de sua infância e sempre está falando de Eulinda, seu antigo vizinho e amigo que vivia perto de Lombo (o "red-light district" de Mindelo), porto que era vangloriado por bordéis que competiam com os de Amesterdão.
Em 1975, Cabo Verde adquiriu sua independência, mas seu líder histórico, Amílcar Cabral, não pôde testemunhar esse momento, porque foi assassinado dois anos antes. Évora ainda era popular na época, mas sua fama não estava a levando em direção ao sucesso financeiro. Frustrada por questões pessoais e financeiras, aliados à dificuldade econômica e política de Cabo Verde, ela desistiu de cantar para sustentar sua família. Évora ficou sem cantar por dez anos, os quais ela descreve como seus "dark years". Durante esse tempo ela lutou contra o alcoolismo.
Cesária Évora retomou suas apresentações após ter sido encorajada por Bana (líder de banda e empresário cabo-verdiano exilado em Portugal). Ele fez-lhe convites para realizar shows em Portugal, os quais ela aceitou e o fez com patrocínio de uma organização local de mulheres.
Em Cabo Verde um francês chamado José da Silva persuadiu-a para ir a Paris e lá Évora acabou gravando um novo álbum em 1988 "La diva aux pied nus" (a diva dos pés descalços) - que é como se apresenta nos palcos. Ao contrário do que é divulgado, ela canta descalça simplesmente por gostar, por se sentir segura descalça, e não em solidariedade aos «sem-tecto» e às mulheres e crianças pobres de seu país. Esse álbum foi aclamado pela crítica e Évora se encontrou numa dramática volta à música e que teve como ápice a gravação do álbum "Miss Perfumado" em 1992. Ela se tornou uma estrela internacional aos 47 anos de idade.
Em 2004 conquistou um prêmio Grammy de melhor álbum de world music contemporânea. Em 2009, o presidente francês Jacques Chirac distinguiu-a com a medalha da Legião de Honra de França.

quinta-feira, 25 de março de 2010