
A Comunidade Shaker data do fim do século XVIII – um grupo cristão, fundado nos EUA por Ann Lee, imigrante vinda da Inglaterra. A designação oficial é «The United Society of Believers in Christ’s Second Appearing». Originaram deste movimento cerca de 20 comunidades Shaker, na Nova Inglaterra, no Kentucky, Ohio e Indiana. Implantado o celibato como regra de vida geral, o crescimento verificou-se por adopção de novos membros, vindos do mundo exterior. T0da a propriedade era colectiva. Supostamente, hoje restam apenas 6 (seis) Shakers praticantes.Com base numa economia auto-suficiente, todos os móveis, ferramentas e meios de produção eram fabricados artesanalmente (mais tarde, em regime semi-industrial) na comunidade, para seu próprio uso ou para venda externa; deviam de ser realizados conscientemente, o melhor possível, simples e sem elementos supérfluos, como, por exemplo, decorações. Todos os objectos deviam corresponder ao seu entorno e à sua finalidade.


As actividades e características destas comunidades definem-se pelas palavras-chave: colectivismo cristão, autarquia, economicamente independentes até 1932; vendas de sementes, preparados hortícolas, móveis e objectos para o exterior. Ao contrário dos Amish, verificou-se uma aceitação das inovações tecnológicas julgadas úteis.
Conceitos de referência: perfeição, pureza, ordem, simplicidade, durabilidade, funcionalidade, utilidade. Na produção de excelentes móveis de madeira, perfeitamente adequados às suas funções, detectamos as bases do Funcionalismo. E as origens do ecodesign, o design ecológico, obviamente.
O uso das cores era codificado: camas, cinzento; travesseiros, cores discretas, semi-estampados ou letras; cobertores e edredons, azul e branco.
Sacralizando o use value, a utilidade, o objecto materializado deve ser perfeito: «a utilidade é a beleza», «a simplicidade encarna a pureza e a unidade», «a ordem deve reinar e as formas inúteis devem ser banidas».

Por volta do tempo da Guerra Civil Americana, os Shaker da comunidade de Mount Lebanon, Estado de Nova Iorque, aumentaram significativamente a sua produção de cadeiras e a venda para o exterior. Foram tão bem sucedidos, que várias grandes empresas de móveis passaram também a fabricar e vender as suas versões de «Shaker Chairs». Devido à óptima qualidade artesanal das cadeiras originais, uma peça de mobiliário Shaker atinge altíssimos preços.

In 1816, os Shakers inventaram o conceito de embrulhar as sementes de produtos hortícolas que vendiam em pequenos envelopes de papel, como hoje todos os comerciantes o fazem. Caixas de madeira, cobertas de impressões coloridas, faziam o marketing de um produto famoso não só nos EUA, como em todo o mundo.Por último, as sementes eram guardadas em arcas de madeira, para as proteger da humidade e do bolor, preservando as suas qualidades.
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Fonte: Cadernos de Tipografia
2 comentários:
Oi visite o meu blog de design sustentavel, obrigado.
Adorei a postagem. Meticulosa e estudada.
Eu adoro o minimalismo, mas ainda não consegui aplicá-lo totalmente na minha vida. E o estilo shaker é fascinante.
Parabéns!
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