segunda-feira, 28 de setembro de 2009

REAL GABINETE PORTUGUÊS DE LEITURA, Rio de Janeiro


Catedral da Cultura Portuguesa
A. Gomes da Costa
Pelo seu prestígio nos meios intelectuais, pela beleza arquitetônica do edifício da sua sede, pela importância do acervo bibliográfico e ainda pelas atividades que desenvolve, o Real Gabinete Português de Leitura é, a todos os títulos, uma instituição notável e que muito dignifica Portugal no Brasil.
Em 14 de Maio de 1837, um grupo de 43 emigrantes portugueses do Rio de Janeiro - e deve-se sublinhar que isto ocorre somente 15 anos depois da Independência do país - reuniu-se na casa do Dr. António José Coelho Lousada, na antiga rua Direita (hoje rua Primeiro de Março), nº 20, e resolveu criar uma biblioteca para ampliar os conhecimentos de seus sócios e dar oportunidade aos portugueses residentes na então capital do Império de ilustrar o seu espírito. Entre esses homens, cuja maioria era composta de comerciantes da praça, estavam alguns que haviam sido perseguidos em Portugal pelo absolutismo e que tinham emigrado para o Brasil. Era o caso de José Marcelino Rocha Cabral, advogado e jornalista, que iria ser eleito primeiro presidente da instituição.
É possível que ao se preocuparem com o nível de instrução de seus
compatriotas e ao quererem incutir em muitos o gosto pela leitura, os fundadores do “Gabinete” tenham sido inspirados pelo exemplo vindo da França, onde, logo seguir à revolução de 1789, começaram a aparecer as chamadas “boutiques à lire”, que nada mais eram do que lojas onde se emprestavam livros, por prazo certo, mediante o pagamento de uma determinada quantia.
Os “gabinetes de leitura” criados no Brasil pelos portugueses - o do Rio de Janeiro foi o primeiro, mas mais tarde virão os do Recife (em 1850) e o de Salvador (em 1863) - diferenciam-se, entretanto, daqueles estabelecimentos franceses por uma característica: é que neles não se fazia qualquer pagamento pelo empréstimo do livro. O sócio, ou o leitor, consultava-o na biblioteca ou levava-o para casa, sem que isso implicasse, para ele, em qualquer encargo.
Seguindo o exemplo dos “gabinetes de leitura” de raiz portuguesa e ainda na segunda metade do século XIX, surgiram, impulsionados pela maçonaria e pela república positivista, em várias cidades do interior do Estado de São Paulo, instituições semelhantes que também eram denominadas “gabinetes de leitura” e que foram transformadas depois em bibliotecas municipais.
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Rua Luís de Camões, 30 - Centro
Rio de Janeiro - RJ - CEP: 20051-020
Telefone: (+ 55 21) 2221-3138 Tel/Fax: (+ 55 21) 2221-2960
Horário de funcionamento:
de segunda a sexta-feira,
das 9 às 18 horas
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Fotos internet


O reinado de D. Manuel I (1491-1521), no auge da expansão ultramarina portuguesa, assistiu ao florescimento da arquitetura manuelina, que se carateriza pela exuberância plástica, o naturalismo, a robustez, a dinâmica de curvas e o recurso a motivos inspirados na flora marítima e na náutica da época dos Descobrimentos. Exemplos típicos desse estilo são o Mosteiro dos Jerônimos e a Torre de Belém, em Lisboa, e a janela manuelina do Convento de Cristo, em Tomar.No século XIX, sob inspiração nacionalista, há um ressurgimento desse estilo, o neomanuelino, presente em obras de reforma do Mosteiro dos Jerônimos, na Estação do Rossio, em Lisboa, na Câmara Municipal de Sintra, no Palacete da Regaleira e no Palace Hotel do Buçaco. Opondo-se ao neogótico que se manifestava em diversos países da Europa, o neomanuelino representou em Portugal, uma forma de "resistência da identidade nacional". No Brasil, além do Real Gabinete, no Rio de Janeiro, os principais edifícios neomanuelinos são o Gabinete Português de Leitura de Salvador e o Centro Português de Santos.

domingo, 27 de setembro de 2009

SANTIAGO DE COMPOSTELA, GALIZA




Santiago de Compostela é a capital da Galiza, localiza-se na província da Corunha, de área 223 km² com população de 93 712 habitantes (2007) e densidade populacional de 416,70 hab/km².

É uma cidade mundialmente famosa pela sua catedral de fachada barroca onde acorrem os peregrinos que perfazem os Caminhos de Santiago de maneira a depararem-se com o manto de Sant'Iago, um dos apóstolos de Cristo, cujo corpo se diz que foi trasladado para aquele lugar.



Os Caminhos de Santiago são os percursos percorridos pelos peregrinos que afluem a Santiago de Compostela desde o Século IX. Estes são chamados de Peregrinos, do latim "Per Aegros", "aquele que atravessa os campos". Têm como seu símbolo uma concha, normalmente uma vieira designada localmente por "venera", costume que já vinha do tempo em que os povos ancestrais peregrinavam a Finisterra.

Os caminhos espalham-se por toda a Europa e vão todos entroncar aos caminhos franceses que posteriormente se ligam aos espanhóis, com excepção das várias vias do Caminho Português, que têm origem a sul, e do Caminho Inglês que vinha do norte.

A Basílica de Santiago de Compostela é o ponto final dos Caminhos de Santiago
Marco para auxiliar os peregrinos.
Ilustração do "Codex Calixtinus", cujo Livro V é um roteiro do Caminho para o peregrino.O Caminho de Santiago entrou na história há doze séculos, quando foram encontrados os restos mortais do apóstolo, São Tiago, ou Santiago, na que hoje é a cidade de Santiago de Compostela.

Esta rota une diversas zonas da Europa a Compostela e vem sendo seguida por milhões de pessoas das mais variadas procedências. O itinerário mais famoso é o chamado Caminho Francês, que absorve a maioria dos caminhos vindos do continente europeu e se dirige a Santiago atravessando o nordeste de Espanha. Existem outros percursos não menos importantes vindos de Portugal, do sul de Espanha que atravessava a cidade portuguesa de Chaves, e do oeste e norte da Europa por via marítima.

O Caminho de Santiago atingiu o máximo esplendor nos séculos XI e XII, e depois após a contra-reforma no início do século XVII por Portugal. Nas últimas décadas voltou a ganhar protagonismo, sendo convertido num itinerário espiritual e cultural de primeira ordem. Foi declarado Primeiro Itinerário Cultural Europeu (1987) e Património da Humanidade na Espanha (1993) e França (1998).


Nas ruas de Santiago...

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

PALÁCIO ITAMARATY, Coleção Patrimônios



"É com grande prazer que apresento esta publicação, produzida para servir de guia e apoio aos visitantes e admiradores do Palácio Itamaraty, obra-prima de Oscar Niemeyer".
Embaixador Celso Amorim, Ministro das Relações Exteriores
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(ver livro em formato digital disponível no site do MRE)
http://www.dc.mre.gov.br/imagens-e-textos/patrimonios-do-brasil/palacio-itamaraty


Escada helicoidal de Milton Ramos e Joaquim Cardoso, une o térreo ao segundo pavimento.

Sala D. Pedro I
Luminária "Revoada de Pássaros", de Pedro Corrêa de Araújo
Sala Portinari
Sala Brasília
Sala Bahia
Estudo para o painel "Cena de Carnaval", de Cândido Portinari
A Mulher e sua Sombra, de Maria Martins, 1949
Canto da Noite, de Maria Martins, 1968

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

LIVROS PARA CONHECER O BRASIL

Livros para Conhecer o Brasil
2ª Edição
Fundação Alexandre Gusmão

Capistrano de Abreu dizia que para se ter uma inteligente visão geral do Brasil era necessário primeiro ler uma séria de "monografias Conscenciosas". O notável historiador indicava, assim, que para o entendimento do processo político, social e econômico brasileiro não havia uma única obra completa ou autor totalmente abrangente. Seria necessário a leitura de um conjunto de obras, algumas já consideradas clássicas, que fornecem lúcidos enfoques setoriais, e contribuem para que cada um selecione dados, valorize perspectivas, e vá, dessa forma, construindo sua interpretação do Brasil. Fundação Alexandre de Gusmão

http://www.funag.gov.br/biblioteca-digital

http://www.funag.gov.br/

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

terça-feira, 8 de setembro de 2009

FIBDA 2009 - Festival Internacional de Banda Desenhada, Amadora, Portugal

..FIBDA
..
Festival Internacional de Banda Desenhada / cidade da Amadora

........Local: Amadora (Região de Lisboa)
........Mês: Outubro e Novembro
........Outros: Director: Nelson Dona

O 20º Festival Internacional de Banda Desenhada / cidade da Amadora terá lugar de 23 de Outubro a 8 de Novembro de 2009, no Fórum Luís de Camões. A 9ª Arte transforma a cidade da Amadora na capital portuguesa da BD e no ponto de encontro internacional da banda desenhada em Portugal. O Festival tem três eixos programáticos: Um tema central anual (em 2009: “O Grande Vigésimo”); destaque para os autores / livros galardoados no ano anterior com os Prémios Nacionais de Banda Desenhada e as novidades editoriais importantes e comemoração de efemérides; O Festival surpreende o público com exposições, individuais e colectivas, de inegável qualidade, a presença de autores, concursos, feira do livro, lançamento de novos álbuns, sessões de autógrafos, debates, filmes, música… actividades que fazem do FIBDA uma grande Festa da BD! Hoje é uma referência no panorama cultural português e um dos mais destacados do calendário bedéfilo internacional.
Informações/Contactos:
Avenida do Brasil, 52/A - 2700-134-Amadora
e-mail: amadorabd@amadorabd.com
Site: http://www.amadorabd.com
FIBDA: +351 214 998 910 / +351 214 998 910
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Fonte:
(Pisa-Papéis)
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BURNT NORTON, T. S. Elliot

...................,,,,,,,,,,,,,,,Burnt Norton

I
O tempo presente e o tempo passado
Estão ambos talvez presentes no tempo futuro,
E o tempo futuro contido no tempo passado.
Se todo o tempo é eternamente presente
Todo o tempo é irredimível.
O que podia ter sido é uma abstracção
Permanecendo possibilidade perpétua
Apenas num mundo de especulação.
O que podia ter sido e o que foi
Tendem para um só fim, que é sempre presente.
Ecoam passos na memória
Ao longo do corredor que não seguimos
Em direcção à porta que nunca abrimos
Para o roseiral. As minhas palavras ecoam
Assim, no teu espírito.
Mas para quê
Perturbar a poeira numa taça de folhas de rosa
Não sei.
Outros ecos
Habitam o jardim. Vamos segui-los?
Depressa, disse a ave, procura-os, procura-os,
Na volta do caminho. Através do primeiro portão,
No nosso primeiro mundo, seguiremos
O chamariz do tordo? No nosso primeiro mundo.
Ali estavam eles, dignos, invisíveis,
Movendo-se sem pressão, sobre as folhas mortas,
No calor do outono, através do ar vibrante,
E a ave chamou, em resposta à
Música não ouvida dissimulada nos arbustos,
E o olhar oculto cruzou o espaço, pois as rosas
Tinham o ar de flores que são olhadas.
Ali estavam como nossos convidados, recebidos e recebendo.
Assim nos movemos com eles, em cerimonioso cortejo,
Ao longo da alameda deserta, no círculo de buxo,
Para espreitar o lago vazio.
Lago seco, cimento seco, contornos castanhos,
E o lago encheu-se com água feita de luz do sol,
E os lótus elevaram-se, devagar, devagar,
A superfície cintilava no coração da luz,
E eles estavam atrás de nós, reflectidos no lago.
Depois uma nuvem passou, e o lago ficou vazio.
Vai, disse a ave, pois as folhas estavam cheias de crianças,
Escondendo-se excitadamente.. contendo o riso.
Vai, vai, vai, disse a ave: o género humano
Não pode suportar muita realidade.
O tempo passado e o tempo futuro
O que podia ter sido e o que foi
Tendem para um só fim, que é sempre presente.

II
Alhos e safiras na lama
Coagulam o eixo fixo.
O arame que vibra no sangue
Canta sob inveteradas cicatrizes
Apaziguando guerras há muito esquecidas.
A dança ao longo da artéria
A circulação da linfa
Estão representadas no rumo dos astros
Elevam-se ao verão na árvore
Nós movemo-nos acima da árvore em movimento
Na luz sobre a folha imaginada
E ouvimos no solo molhado
Lá em baixo, o cão de caça e o javali
Prosseguirem o seu ciclo como antes
Mas reconciliados no meio dos astros.

No ponto morto do mundo em rotação. Nem carne nem
espírito;
Nem de nem para; no ponto morto, aí está a dança,
Mas nem paragem nem movimento. E não se chame a isso
fixidez,
Onde o passado e o futuro se reúnem. Nem movimento de
nem para,
Nem ascensão nem declínio. Se não fosse o ponto, o ponto
morto,
Não haveria dança, e há só a dança.
Eu apenas posso dizer, estivemos ali: mas não posso dizer onde.
E não posso dizer por quanto tempo, pois seria situar isso no tempo.
A liberdade interior do desejo prático,
A libertação de acção e sofrimento, libertação da compulsão
Interior e exterior, e no entanto tendo à volta
Uma graça de sentido, uma luz branca em repouso e em movimento,
Erhebung sem movimento, concentração
Sem eliminação, ao mesmo tempo um novo mundo
E o velho tomado explícito, compreendida
No remate do seu êxtase parcial
A resolução do seu horror parcial.
Todavia o encadeamento de passado e futuro
Tecido na fraqueza do corpo em mutação
Protege a humanidade do céu e da danação
Que a carne não pode suportar.
O tempo passado e o tempo futuro
Apenas concedem um pouco de consciência.
Estar consciente é não estar no tempo
Mas apenas no tempo podem o momento no roseiral,
O momento no caramanchel onde a chuva batia,
O momento na igreja desabrigada ao entardecer
Ser lembrados; envolvidos em passado e futuro.
Apenas pelo tempo o tempo é conquistado.

III
Este é um lugar de desafeição
O tempo antes e o tempo depois
Numa luz sombria: nem luz do dia
Investindo a forma de lúcida quietude
Transformando a sombra em efémera beleza
Com vagarosa rotação sugerindo permanência
Nem escuridão para purificar a alma
Esvaziando o sensual pela privação
Purificando a afeição do temporal.
Nem plenitude nem vazio. Apenas um tremeluzir
Sobre os rostos tensos devastados pelo tempo
Distraídos da distracção pela distracção
Cheios de fantasias e vazios de sentido
Túmida apatia sem concentração
Homens e pedaços de papel remolhando no vento frio
Que sopra antes e depois do tempo,
Vento que entra e sai de pulmões viciados
Tempo antes e tempo depois.
Eructação de almas doentias
No ar desbotado, os miasmas
Levados no vento que varre os sombrios montes de Londres,
Hampstead e Clerkenwell, Campden e Putney,
Hihgate, Primrose e Ludgate. Não aqui
Não aqui a escuridão, neste mundo de agitadas vozes.

Desce mais, desce apenas
Ao mundo da solidão perpétua,
Mundo não mundo, mas aquilo que não é mundo,
Escuridão interna, privação
E destituição de toda a propriedade,
Dissecação do mundo do sentido,
Evacuação do mundo da fantasia,
Inoperância do mundo do espírito;
Este é um dos caminhos, e o outro
É o mesmo, não em movimento
Mas abstenção de movimento; enquanto o mundo se move
Em apetência, nos seus caminhos metalizados
Do tempo passado e do tempo futuro.

IV
O tempo e o sino enterraram o dia,
A nuvem negra arrebata o sol.
Irá voltar-se para nós o girassol, a clematite
Desprender-se, debruçar-se; irão a gavinha e a vergôntea
Unir-se e aderir?
Os frígidos
Dedos do teixo descerão
Para nos envolver? Depois da asa do alcião
Ter respondido à luz com a luz e calar-se, a luz está em repouso
No ponto morto do mundo em rotação.

V
As palavras movem-se, a música move-se
Apenas no tempo; mas o que apenas vive
Apenas pode morrer. As palavras, depois de ditas,
Alcançam o silêncio. Apenas pela forma, pelo molde,
Podem as palavras ou a música alcançar
O repouso, tal como uma jarra chinesa ainda
Se move perpetuamente no seu repouso.
Não o repouso do violino, enquanto a nota dura,
Não isso apenas, mas a coexistência,
Ou digamos que o fim precede o princípio,
E que o fim e o princípio estiveram sempre ali
Antes do princípio e depois do fim.
E tudo é sempre agora. As palavras deformam-se,
Estalam e quebram-se por vezes, sob o fardo,
Sob a tensão, escorregam, deslizam, perecem,
Definham com imprecisão, não se mantêm,
Não ficam em repouso. Vozes estridentes
Ralhando, troçando, ou apenas tagarelando,
Assaltam-nas sempre. O Verbo no deserto
É muito atacado por vozes de tentação,
A sombra que chora na dança funérea,
O clamoroso lamento da quimera desconsolada.

O detalhe do molde é movimento,
Como na figura dos dez degraus.
O próprio desejo é movimento
Não desejável em si;
O próprio amor é inamovível,
Apenas a causa e o fim do movimento,
Intemporal, e sem desejo
Excepto no aspecto do tempo
Capturado sob a forma de limitação
Entre o não ser e o ser.
De repente num raio de sol
Mesmo enquanto se move a poeira
Eleva-se o riso escondido
De crianças na folhagem
Depressa, aqui, agora, sempre-
Ridículo o triste tempo inútil
Que se estende antes e depois.

T.S. Elliot
Quatro Quartetos
Tradução de Maria Amélia Neto

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

terça-feira, 1 de setembro de 2009